segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

em cada ato
a caneta sobe à malha da vida
sobe à fortuna das perguntas
à idade das ilhas modernas
à idade das cidades da tinta queimada
respira o dia seguinte
o dia negro que é da terra
que ainda é do dia-terra
boceja as palavras homem-ritmo
e a música acompanha-a
em cinco braçadas da respiração
para forçar a hora para forçar a ida

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ao Sr.Ene

queria morrer mais cedo
mais cedo ainda do que os anos vividos
porque nada disto me interessa
porque nada disto
se ausenta nos passos dados à sepultura

os livros a encher-se nas prateleiras
as mãos serão sempre de marfim feitas

queria morrer mais cedo
dentro do homem dentro da planta da cidade lenta
queria possuir a morte
ou a morte antes desta que me visita mais cedo
queria

que dor se escreve na morte visitante
que morte? para quem escreve a dor