sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
descobri que andavam atirar corações às águas salgadas do mar. Iam e venham com as ondas e eram passos fechados no seu cárcere. Também fui um deles. Que cresceu e envelheceu suas pernas. Enquanto, uma árvore solidifica-se no lençol das mulheres sábias. E morre nos seus peitos, como quisesse viver de novo o cimento no interior do ventre. disse-me o coração, enquanto lutava para sobreviver à maré intempestiva das aguas. Era Sal e também saliva dos minúsculos portos nocturnos. Dormia o sexo no sangue do leito. semeava garfos sussurrando estrelas na lentidão dos braços. Prometia cidades e pássaros com sabor a pêssego e abria flores nas cortinas do fogo. Outros, escondem um sorriso dentro da boca e bebem catástrofes de uma febre-amarela. Outros ainda, conheço-os da noite profunda.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
A pólvora que ficou
É espessa e sabe a resina
É como alvorecer no teu corpo -
Pérola, usada num colete-de-forças
Sentada No aveludo vulcão e
Servindo à mesa de blusa aberta.
Aí encontrei um sinal pequeníssimo
No lado esquerdo do peito
Como
Quisesses mostrar-me
Mas como mostrar uma pupila de saltos altos
Embalada pela dor de sentir desejo
Dos passos húmidos na boca.
Mas como mostrar o que foi morto
A pólvora que ficou
É espessa e sabe a resina
É espessa e sabe a resina
É como alvorecer no teu corpo -
Pérola, usada num colete-de-forças
Sentada No aveludo vulcão e
Servindo à mesa de blusa aberta.
Aí encontrei um sinal pequeníssimo
No lado esquerdo do peito
Como
Quisesses mostrar-me
Mas como mostrar uma pupila de saltos altos
Embalada pela dor de sentir desejo
Dos passos húmidos na boca.
Mas como mostrar o que foi morto
A pólvora que ficou
É espessa e sabe a resina
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
antes da noite
Que outra noite chega tarde amor
Que outra noite irrequieta de sentimentos de quem foi
o corpo sofrido entregue à terra,
À arvore, que fazemos parte
rasga,a paisagem dos abraços,
Mar destruído,
Roupa que seca no corpo nu.
Bem te conheço
Neste rio de emoções das algas
As que se atiram ao fundo do sonho
E ali se deixam ficar
Caras pálidas
encontras, no regresso a casa
A casa que não te quer porque
Sempre fomos das ruas
Dos escritos zinias
Dos caçadores de notas vocais: gritos
Sim
Será este poema este nome
Deixar que o dia chumbo
Transforme a lava em larva desculpável.
Queria-te dizer antes da noite
Que, por aqui estou a acenar-te
E beijar-te as palavras.
Que outra noite irrequieta de sentimentos de quem foi
o corpo sofrido entregue à terra,
À arvore, que fazemos parte
rasga,a paisagem dos abraços,
Mar destruído,
Roupa que seca no corpo nu.
Bem te conheço
Neste rio de emoções das algas
As que se atiram ao fundo do sonho
E ali se deixam ficar
Caras pálidas
encontras, no regresso a casa
A casa que não te quer porque
Sempre fomos das ruas
Dos escritos zinias
Dos caçadores de notas vocais: gritos
Sim
Será este poema este nome
Deixar que o dia chumbo
Transforme a lava em larva desculpável.
Queria-te dizer antes da noite
Que, por aqui estou a acenar-te
E beijar-te as palavras.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
nao há nome nem há boca
A ti o nó das respirações
Pressente no mais escuro uma porta
Onde o olhar se prende,
Era tão bom voltar à vida nómada das pedras
Aos objectos pontiagudos das emoções
E ao papel resinoso do pensamento
A ti a jugular dos sentimentos
Rompe músicas de outras cidades
De um coração etílico
Onde a solidão envelhece nas mãos liquidas
Insónicas
-Melancolia de fome e cio que cerra os dentes
A ti as pálpebras queimam as manhãs
No efémero tempo fosfato
No murmúrio desdobrado dos animais cela
Onde o regresso sonolento morde
a catástrofe do ente atirado às janelas
do esquecimento
não há nome nem há boca no abandono
Pressente no mais escuro uma porta
Onde o olhar se prende,
Era tão bom voltar à vida nómada das pedras
Aos objectos pontiagudos das emoções
E ao papel resinoso do pensamento
A ti a jugular dos sentimentos
Rompe músicas de outras cidades
De um coração etílico
Onde a solidão envelhece nas mãos liquidas
Insónicas
-Melancolia de fome e cio que cerra os dentes
A ti as pálpebras queimam as manhãs
No efémero tempo fosfato
No murmúrio desdobrado dos animais cela
Onde o regresso sonolento morde
a catástrofe do ente atirado às janelas
do esquecimento
não há nome nem há boca no abandono
domingo, 14 de fevereiro de 2010
outra cidade findará e com ela morrerão as pedras e a calçada debaixo dos pés.estes que já estão mortos por nada sentirem.deus alugava uma estranha flor que só á noite abria as suas pétalas e me entregava o seu coração.deus morou na rua que tu mandaste cinzar.morreu nos teus dedos silencio.e eu morri com este som intenso ,com este arfar demasiado amor.fechou-se assim a noite e o seu sorriso.porque coseram a boca,a tua boca e taparam-me a boca,a minha boca,para que não nos pudéssemos beijar.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Tenho o medo nas mãos a languidez dos ossos
O sal
Que esmaga contra a carne o sarro das ruas
Assim como as palavras sendo
Cães desenhados nos rostos urbanos
Frémito crepuscular na escuridão
No silêncio Ausência hoje
Porque à muito partiu em trabalhos
a ansiedade veloz
Voou
Contigo como sempre estive aguardando-te
Tocando em outro corpo a carne
O lápis aceso no interior do que fui
Regressa a este lugar que julguei perdido este que subtilmente
Aquece quem levanta a voz
No azul dos rabiscos
E por instantes viajo pelo gelo que lavram os teus dedos.
Não inverno nem qualquer outra estação
Apenas nós
E tão sós estamos
Tenho o medo nas mãos do cinzel na lápide
Porque escrevo a luz dos teus afagos
Prova-me outro lugar Uma lâmpada
De fio humano
Enquanto fecho os olhos querendo
Que me encontres
No magro hálito da boca fragmentada.
-no alpendre da noite
Ainda vive em mim o que sentimos.
O sal
Que esmaga contra a carne o sarro das ruas
Assim como as palavras sendo
Cães desenhados nos rostos urbanos
Frémito crepuscular na escuridão
No silêncio Ausência hoje
Porque à muito partiu em trabalhos
a ansiedade veloz
Voou
Contigo como sempre estive aguardando-te
Tocando em outro corpo a carne
O lápis aceso no interior do que fui
Regressa a este lugar que julguei perdido este que subtilmente
Aquece quem levanta a voz
No azul dos rabiscos
E por instantes viajo pelo gelo que lavram os teus dedos.
Não inverno nem qualquer outra estação
Apenas nós
E tão sós estamos
Tenho o medo nas mãos do cinzel na lápide
Porque escrevo a luz dos teus afagos
Prova-me outro lugar Uma lâmpada
De fio humano
Enquanto fecho os olhos querendo
Que me encontres
No magro hálito da boca fragmentada.
-no alpendre da noite
Ainda vive em mim o que sentimos.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Vi-te dentro
Amores maiores de bandeira erguida
Adormecendo ao sol
No prateado do mar
-vestem -trompete
Nos ventos, galgam
Metáforas intermináveis.
Na varanda das gaivotas
Que engatam as nuvens,
-as primeiras agitam os braços,
Beijam os dedos
-as segundas alçam a perna,
Para o primeiro encontro.
Vagão sinal Ético …
Preto
Não paga bilhete
Sobre a Tela,
Brilha
Ópio que visita outro lugar.
Amores maiores de bandeira erguida
Adormecendo ao sol
No prateado do mar
-vestem -trompete
Nos ventos, galgam
Metáforas intermináveis.
Na varanda das gaivotas
Que engatam as nuvens,
-as primeiras agitam os braços,
Beijam os dedos
-as segundas alçam a perna,
Para o primeiro encontro.
Vagão sinal Ético …
Preto
Não paga bilhete
Sobre a Tela,
Brilha
Ópio que visita outro lugar.
É contigo que eu quero morrer
No meio das dálias
Estilhaçando fragrância de hortênsia
Em cima do mar
Nosso
Contra as unhas e sem dedos
No branco das palavras
Quando comunicam com os sentimentos
Das ambrósias
Porque
Fui sempre contigo o estreito da cama
Onde quedam os peixes
-nossas janelas húmidas
Sabes
Que os corpos também são berma na escrita
E apagam os cigarros no tecido metálico da lâmina
Alimentam
As fibras do lume
-frescas cicatrizes do revolver amanhecer
É contigo sim,
Que eu quero morrer
Na ruína líquida cósmica
Nas veias lúcidas da pedra
No meio das dálias
Estilhaçando fragrância de hortênsia
Em cima do mar
Nosso
Contra as unhas e sem dedos
No branco das palavras
Quando comunicam com os sentimentos
Das ambrósias
Porque
Fui sempre contigo o estreito da cama
Onde quedam os peixes
-nossas janelas húmidas
Sabes
Que os corpos também são berma na escrita
E apagam os cigarros no tecido metálico da lâmina
Alimentam
As fibras do lume
-frescas cicatrizes do revolver amanhecer
É contigo sim,
Que eu quero morrer
Na ruína líquida cósmica
Nas veias lúcidas da pedra
sábado, 6 de fevereiro de 2010
um cigarro no sangue
Dizes que esta viagem não é tão morte
Como cega
Nem de pássaros que celebram em suas asas
Corações rompendo candeias
-Porque não a celebram em asas nuas.
Outros corações
Estarão sempre nas ruas
-álcool.
E tu
Não sentes medo da morte
Tens medo sim
Do frio que martela os ossos
O frio que rouba ao teu coração o corpo
Que ama as ruas
Mas as ruas estão geladas
(como bem o sabes)
No seio das lobas
Ofertando suas crias
Aos ventos do azul celestial dos teus dedos silencio.
-para quando um pedaço de pão
Matilde
Para quando mais vinho
E o teu sexo encontra-se erecto no que já morreu.
Hoje
Regressaste como quem agita os astros
No vómito de fome pelas estrelas
Sossegando-a; fome
Numa colher de sopa limão.
Matilde
Copo de vinho que não beberei
Ou só os pavões despem seus medos
Nos casacos vermelhos
Lábios de dor
Uma língua trazes ao pescoço
Uma língua húmida percorre o pescoço
Trás o hálito e nuvem
Trás um homem e trás cinza
A cinza do homem
No cálice debaixo dos teus lábios que sucumbiram
Matilde
Somos lençol e penumbra no roxo da ferida
Quantos peixes alongaram no peito dos olhos
-disseste
E quantos coágulos no asfalto da cama
Desapareceram ou morreram
Porque ainda excitas os gestos
Matilde
-Noite veloz na sela do cavalo telefónico
Sei que acreditas na lava
Na lava renascentista do corpo
Mas
O teu corpo engole a mão
Engole a astúcia
Quando rouba a masturbação
De um cigarro no sangue
Matilde
Coisas de homem
Em horas cruzadas voando
No cravo dos dedos
Que outro nome agora
Que outro nome para o novo ventre
Que outro nome
Para a anca dos nervos
-orvalho
E mulheres e deuses
Fantasmas que viveram ossos dos seus ídolos
Lençóis de mofo
No hálito dos carrascos
Corta
Corta o cordão umbilical das veias
Matilde
E prova o veneno das uvas
E dá-te aos seus passos ébrios também
Porque não há outro lugar na formosa
Onde podemos ouvir as sereias negras cantar
Que outro lugar que não este
Podemos adormecer e chorar
Um ovo Matilde
Enquanto
Dobramos os dedos na carne da ferida aberta
-trazes
A faca que ceifou o sexo dos andróginos
E retiras do palpável uma cintura
Para as tuas vestes
Incenso és agora
Lunário mascando o medo no acaso da noite
-riso animal debruçado na soleira do Capitão-mor
Já cá andam
As sanguessugas lavrando as pálpebras
Matilde
Néon cipreste bebendo de pé os rins
Dançando cadafalsos e querubins de seda
Nas tuas mãos.
Hão-de esquecer-te Matilde
E no largo da Sé
Tu serás apenas…Fruto silvestre.
Ao Tiago Brás
(um dedo na carne)
Como cega
Nem de pássaros que celebram em suas asas
Corações rompendo candeias
-Porque não a celebram em asas nuas.
Outros corações
Estarão sempre nas ruas
-álcool.
E tu
Não sentes medo da morte
Tens medo sim
Do frio que martela os ossos
O frio que rouba ao teu coração o corpo
Que ama as ruas
Mas as ruas estão geladas
(como bem o sabes)
No seio das lobas
Ofertando suas crias
Aos ventos do azul celestial dos teus dedos silencio.
-para quando um pedaço de pão
Matilde
Para quando mais vinho
E o teu sexo encontra-se erecto no que já morreu.
Hoje
Regressaste como quem agita os astros
No vómito de fome pelas estrelas
Sossegando-a; fome
Numa colher de sopa limão.
Matilde
Copo de vinho que não beberei
Ou só os pavões despem seus medos
Nos casacos vermelhos
Lábios de dor
Uma língua trazes ao pescoço
Uma língua húmida percorre o pescoço
Trás o hálito e nuvem
Trás um homem e trás cinza
A cinza do homem
No cálice debaixo dos teus lábios que sucumbiram
Matilde
Somos lençol e penumbra no roxo da ferida
Quantos peixes alongaram no peito dos olhos
-disseste
E quantos coágulos no asfalto da cama
Desapareceram ou morreram
Porque ainda excitas os gestos
Matilde
-Noite veloz na sela do cavalo telefónico
Sei que acreditas na lava
Na lava renascentista do corpo
Mas
O teu corpo engole a mão
Engole a astúcia
Quando rouba a masturbação
De um cigarro no sangue
Matilde
Coisas de homem
Em horas cruzadas voando
No cravo dos dedos
Que outro nome agora
Que outro nome para o novo ventre
Que outro nome
Para a anca dos nervos
-orvalho
E mulheres e deuses
Fantasmas que viveram ossos dos seus ídolos
Lençóis de mofo
No hálito dos carrascos
Corta
Corta o cordão umbilical das veias
Matilde
E prova o veneno das uvas
E dá-te aos seus passos ébrios também
Porque não há outro lugar na formosa
Onde podemos ouvir as sereias negras cantar
Que outro lugar que não este
Podemos adormecer e chorar
Um ovo Matilde
Enquanto
Dobramos os dedos na carne da ferida aberta
-trazes
A faca que ceifou o sexo dos andróginos
E retiras do palpável uma cintura
Para as tuas vestes
Incenso és agora
Lunário mascando o medo no acaso da noite
-riso animal debruçado na soleira do Capitão-mor
Já cá andam
As sanguessugas lavrando as pálpebras
Matilde
Néon cipreste bebendo de pé os rins
Dançando cadafalsos e querubins de seda
Nas tuas mãos.
Hão-de esquecer-te Matilde
E no largo da Sé
Tu serás apenas…Fruto silvestre.
Ao Tiago Brás
(um dedo na carne)
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