terça-feira, 14 de julho de 2009

memórias de um amnésico VII

arquitecto.a construção desta obra foi apenas e unicamente para perdoar o arquitecto que me fez a casa sem portas e apenas uma janela.vocação.separo todas os materiais isolantes para puder gritar e ser ouvido.dou inicio a este edifício literário.escadas.as escadas e a minha personalidade completamente esquecida.divagações musicais indispensáveis e preferidas para manter e obter o silencio e a solidão.há um túnel secreto atrás de um quadro pendurado a meio das escadas que me leva à esperança infinita de bem-estar.nuvem.minha existência é o meu cérebro.melancolia.dissipa-se uma nuvem negra e logo outra ocupa o seu lugar.precipitação.necessidade.compreender a minha infelicidade é um sonho tranquilo.memórias.sensações de caos e loucas hostilidades que me levam ao assedio.agitações varias que me infligem os restos mortais.compreensão. o meu cérebro a um passo da sepultura.contam que o medo me proporcionou a subtil linguagem de linho.assim conversam ao meu respeito.domínio de fantasmas.dor e silencio.cabeça.cabelo.símbolo de expressão e voo com os miseráveis a uma velocidade de luz pelo infinito.viagem.de volta as escadas.corredor.quarto.cama.cómoda.puxador.tenho medo de abrir a gaveta dos horrores.infância.doi-me o corpo.suor frio.vomito e masturbo-me como que já fui corroído.quem sou eu.os meus amigos ainda.este é o meu castigo.ser um ser rejeitado.vivendo só.mergulho a cabeça da almofada cinzenta.não respiro.socorro.desmaio.cómoda.esta luxuosa cómoda.gaveta e puxador.frias sao as penas dos anjos.puxador.bebo e vomito.ressaca.outra vez os suspiros desta insónia atribulada.obsessão.morbidez neste esforço capaz.meu legado sao frase incompletas tal como outras personagens clarividentes.sou um fanático pelos benefícios da saturação mental.o que me levou a preparar esta viagem.eloquência.supressão as lágrimas.rio em frente à cómoda luxuosa.gaveta e asas dos anjos.passo o tempo a obscurar-me porque já não me identifico com este novo Eu.estranho.tão leves foram as loucuras que me levaram às tentativas de suicídio.esconderijo.minha magoa dentro das gavetas.meu coração em pedaços.correm pelas veias multidões de sentimentos fervorosos em azafama e fogo.suspendo todos os outros seres.quero viver só.unicamente eu.estou farto das mascaras.os disfarces dos homens e dos homens que agem sempre em relação da matéria palpável.mesmo que considere imaturo esta reflexão.viagem.não preciso de omitir esta viagem.ser único é ser verdadeiro.ser verdadeiramente único.transparência nas palavras que se mantem à distancia de um palmo.ainda quarto.porque me mantenho aqui.choro pela luz.adormeço uma vez mais.adormeço o meu cansaço.qual o objectivo desta viagem.esta viagem equivale ao renascimento do corpo palpável.coração.tantas cicatrizes e tantas feridas abertas.há sangue para lá dos puxadores.na gaveta que não abre.para quando este corpo purificado.para quando o quando.

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