segunda-feira, 1 de março de 2010

Com os Cães negros enormes que trago dentro

Tem vezes que queria chorar-te
Com os cães negros enormes que trago dentro
Mulheres atrás do bar servindo
E homens que acreditam em deus gemendo
O amor por elas

Tem vezes que queria chorar-te
Os cães negros enormes que trago dentro
Fazer desporto radical numa camisola azul às riscas castanhas
Jovens conversando
No entra e sai da porta do bar
Com uma garrafa de cerveja na mão

Tem vezes que queria chorar-te
Com os cães negros enormes Que trago dentro
Como eles fossem capazes de voar
Entre quem dança musica de intervenção
Com aquela gentil voz a borbulhar nas tampas descartáveis
De Garrafas de cervejas partidas no chão

Tem vezes que queria chorar -te
Com os Cães negros enormes que trago dentro
Chorar-te dos sonhos, dos amores, dos objectivos
Do que somos por dentro
Dos cães negros enormes que trago dentro

Mas não posso enquanto tiver esta borbulha
No lábio inferior direito.

1 comentário:

  1. Estupendo, como habituas os que gostam de te ouvir e ler ;) abraço

    Viva a poesia, dá um pulinho ao meu canto www.gavinerubro.blogspot.com

    ;) espaço poético que te falei ;)

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