queria dizer-te lá fora o amor,
deixar-te, se bem me lembro melancolia
nas chuvas de r
sem esperança para o novo amanhecer
talvez a noite
no jardim onde se senta o corpo
o banco;
de nada trazia senão a benevolência
moldada na boca fechada
um cigarro fora.
numa cala,
uma menina aproxima-se e fala-me
com as mãos em meus ouvidos -embriagados
os ombros.
sentir a epiderme dos seus lábios.
sabendo ouvir os dedos brincarem no rosto.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Leituras 15 - Caopoeta
Pois é, uma marca marca a diferença. Nos dias que correm uma marca, por vezes, e muitas vezes, vale mais do que a empresa ou instituição que identifica. É a força do marketing. Um exemplo, nesta introdução sobre este autor, Xavier Zarco hoje é mais do que a própria obra. O seu valor supera o valor da obra, tal como, por exemplo Google vale muito mais que a empresa em si. Se as empresas ao nível estratégico devem ser definidas de forma a cumprirem as três valências: financeiras, sociais e ambientais; as marcas devem comunicar eficazmente para que tal seja cumprido.
Voltando ao assunto, Caopoeta, melhor: Cão Poeta; é algo que chama a atenção e chamou-me. Depois, soube prender-me pela arrogância de escrever, simplesmente dizer, ter a veleidade de dizer, que não queria saber dessas coisas das regras ortográficas: digitado estava e como digitado ía.
E eu continuei a lê-lo.
É um dos autores que tenho acompanhado, sobretudo porque possui uma imaginação e um poder de observação bastante bem cuidados, isto é: os seus trabalhos conseguem transmitir segurança ao leitor, ao nível do que o circunda, mas vendo-os sempre por dentro, isto é: o autor incorpora em si as múltiplas leituras que faz para, posteriormente, as levar até ao outro.
O melhor exemplo que posso encontrar é o do nosso sistema digestivo: entre o que colocamos na boca, o que aproveitamos e o que excretamos, há diversos estágios e o Rogério de Fradelos sabe-o bem, domina-o, dando-nos somente o que este aproveita.
Como exemplo, deixo-vos o convite para a leitura de: memórias de um amnésico, que, embora de dois mil e nove, é sintomático de uma organização interior, que, só após a depuração, pode ser pública, ou, mais recentemente, A Gaveta de Pedra; trabalhos onde o autor promove uma auto-exegese, não no sentido comummente atribuído a esta palavra, exegese, mas algo mais vasto, não circunscrita aos textos bíblicos.
Xavier Zarco
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=137625
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Voltando ao assunto, Caopoeta, melhor: Cão Poeta; é algo que chama a atenção e chamou-me. Depois, soube prender-me pela arrogância de escrever, simplesmente dizer, ter a veleidade de dizer, que não queria saber dessas coisas das regras ortográficas: digitado estava e como digitado ía.
E eu continuei a lê-lo.
É um dos autores que tenho acompanhado, sobretudo porque possui uma imaginação e um poder de observação bastante bem cuidados, isto é: os seus trabalhos conseguem transmitir segurança ao leitor, ao nível do que o circunda, mas vendo-os sempre por dentro, isto é: o autor incorpora em si as múltiplas leituras que faz para, posteriormente, as levar até ao outro.
O melhor exemplo que posso encontrar é o do nosso sistema digestivo: entre o que colocamos na boca, o que aproveitamos e o que excretamos, há diversos estágios e o Rogério de Fradelos sabe-o bem, domina-o, dando-nos somente o que este aproveita.
Como exemplo, deixo-vos o convite para a leitura de: memórias de um amnésico, que, embora de dois mil e nove, é sintomático de uma organização interior, que, só após a depuração, pode ser pública, ou, mais recentemente, A Gaveta de Pedra; trabalhos onde o autor promove uma auto-exegese, não no sentido comummente atribuído a esta palavra, exegese, mas algo mais vasto, não circunscrita aos textos bíblicos.
Xavier Zarco
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=137625
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
sábado, 19 de junho de 2010
Não me Peçam Razões...
Não me Peçam Razões...
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
domingo, 13 de junho de 2010
o amargo de outras roupas despidas no corpo
neste hoje
lembro-me do cheiro de fugir para dentro dos búzios
e ouvir o silencio de outras presenças,
outros grãos vivos,
sinto medos criados a partir do cigarro adormecido nos dedos,
quando penso
na insónia a percorrer todo o corpo
com o mesmo desejo de morrer só.
repito a palavra amor submersa na tempestade.
Amor,
por vezes,
o silencio ri do homem
outras vezes nem o silencio bebe o homem que o produz.
queria ao dobrar da esquina,
sorrir-te.
queria a dobra do teu sorriso ao ver-te.
por hoje ,neste hoje,
o algodão do que a tua pele expele é pesado.
ferida aberta de asco que outrora beijei.
Sinto,
Desprezo de outras madeiras na boca dos seios.
neste hoje,
viro-me ao contrario na cama que também foi tua,
e faço deste avesso do corpo a volta,
a procura da ferocidade dos que calam,
espero que ela me chegue até ti.
Demasiada dor, esta ausência consentida.
Demasiada vida no tempo que foi.
Pensava eu no sossego dos dias,
Na vivacidade da ria formosa.
Mas,
Ao procurar-te o vinho trazia azia,
o amargo de outras roupas despidas no corpo.
Neste hoje,
Queria cuspir em toda filosofia de vida,
Queria fazer uma cicatriz no interior do peito,
Abraçar o homem que esquecemos na praia,
E esconder-me de ti .
lembro-me do cheiro de fugir para dentro dos búzios
e ouvir o silencio de outras presenças,
outros grãos vivos,
sinto medos criados a partir do cigarro adormecido nos dedos,
quando penso
na insónia a percorrer todo o corpo
com o mesmo desejo de morrer só.
repito a palavra amor submersa na tempestade.
Amor,
por vezes,
o silencio ri do homem
outras vezes nem o silencio bebe o homem que o produz.
queria ao dobrar da esquina,
sorrir-te.
queria a dobra do teu sorriso ao ver-te.
por hoje ,neste hoje,
o algodão do que a tua pele expele é pesado.
ferida aberta de asco que outrora beijei.
Sinto,
Desprezo de outras madeiras na boca dos seios.
neste hoje,
viro-me ao contrario na cama que também foi tua,
e faço deste avesso do corpo a volta,
a procura da ferocidade dos que calam,
espero que ela me chegue até ti.
Demasiada dor, esta ausência consentida.
Demasiada vida no tempo que foi.
Pensava eu no sossego dos dias,
Na vivacidade da ria formosa.
Mas,
Ao procurar-te o vinho trazia azia,
o amargo de outras roupas despidas no corpo.
Neste hoje,
Queria cuspir em toda filosofia de vida,
Queria fazer uma cicatriz no interior do peito,
Abraçar o homem que esquecemos na praia,
E esconder-me de ti .
I
Os seus lábios são respirações livres às coisas; lua
No brilho louco de se maravilhar por cima da terra
A terra
Do pêlo de um cão branco
Conseguia lamber-lhe os pés suavemente
Com a boca de carne
E nas mãos de e do azul celeste
Quando se estala
No sorriso do vinho maduro ao jantar
Bebido salivar bebido
Na testa
Uma ternura traçada pelo calor dos dias
II
É verão hoje
Revivido no instante pasmatório das fotografias
Trazia uma saia comprida e usava uma fita amarela no cabelo
É impossível morrer nesta boca assim ou
Comer pétalas de rosas oferecidas No ouro
Como beijar-te
Ou sorrir para os reais sonhos nocturnos
Porque és mais do que o cabelo líquido na fronte
És mais do que a parede quente
Tão acesa
Cruza-se o homem para fazer o seu próprio moinho
A sua mascara inofensiva
Ingenuamente onde se estende o rosto leve
III
Amar o barco amar o ruído do mar
Ver-te da doca a cidade e: faro
O que me exalta na tua voz.
Estamos deste lado da vida
Em constante mudança da meia-noite
Trabalhando a videira dividindo o vinho raiz
Dos dias
Os sonhos ou então as horas dentro do silêncio
Somos pausa nestes corpos de algodão doce
Queremos crenças felizes
Homens compreendidos
Na filosofia, de forma sentida,
Ser novamente
crianças nos olhos brilham
Néon desprendido
E rir uma vez mais.
Os seus lábios são respirações livres às coisas; lua
No brilho louco de se maravilhar por cima da terra
A terra
Do pêlo de um cão branco
Conseguia lamber-lhe os pés suavemente
Com a boca de carne
E nas mãos de e do azul celeste
Quando se estala
No sorriso do vinho maduro ao jantar
Bebido salivar bebido
Na testa
Uma ternura traçada pelo calor dos dias
II
É verão hoje
Revivido no instante pasmatório das fotografias
Trazia uma saia comprida e usava uma fita amarela no cabelo
É impossível morrer nesta boca assim ou
Comer pétalas de rosas oferecidas No ouro
Como beijar-te
Ou sorrir para os reais sonhos nocturnos
Porque és mais do que o cabelo líquido na fronte
És mais do que a parede quente
Tão acesa
Cruza-se o homem para fazer o seu próprio moinho
A sua mascara inofensiva
Ingenuamente onde se estende o rosto leve
III
Amar o barco amar o ruído do mar
Ver-te da doca a cidade e: faro
O que me exalta na tua voz.
Estamos deste lado da vida
Em constante mudança da meia-noite
Trabalhando a videira dividindo o vinho raiz
Dos dias
Os sonhos ou então as horas dentro do silêncio
Somos pausa nestes corpos de algodão doce
Queremos crenças felizes
Homens compreendidos
Na filosofia, de forma sentida,
Ser novamente
crianças nos olhos brilham
Néon desprendido
E rir uma vez mais.
sábado, 12 de junho de 2010
O Abismo (Luís Miguel Nava)
O Abismo
Com a sua pele de poço, pele comprometida com o
medo que no fundo fede e a que, digamos, toda ela adere
de uma forma resoluta, dir-se-ia que se engancha, se pen-
dura, o branco da memória a alastrar pelo corpo, um bran-
co tão branco como o das noites em branco e sobre o qual
a idade, exorbitada, hiante, se insinua, pensos, ligaduras,
impregnados de memória, uma memória onde fulgura a
lava dos sentidos que entram em actividade e lhe dis-
putam os dias idos, assim ergue a balança, onde sustém
o abismo.
Luís Miguel Nava
Vulcão II
Poesia Completa
1979-1994
Prefácio de
Fernando Pinto do Amaral
Organização e Posfácio de
Gastão Cruz
Publicações D. Quixote
2002
Com a sua pele de poço, pele comprometida com o
medo que no fundo fede e a que, digamos, toda ela adere
de uma forma resoluta, dir-se-ia que se engancha, se pen-
dura, o branco da memória a alastrar pelo corpo, um bran-
co tão branco como o das noites em branco e sobre o qual
a idade, exorbitada, hiante, se insinua, pensos, ligaduras,
impregnados de memória, uma memória onde fulgura a
lava dos sentidos que entram em actividade e lhe dis-
putam os dias idos, assim ergue a balança, onde sustém
o abismo.
Luís Miguel Nava
Vulcão II
Poesia Completa
1979-1994
Prefácio de
Fernando Pinto do Amaral
Organização e Posfácio de
Gastão Cruz
Publicações D. Quixote
2002
Sinto-o
sendo uma tábua rugosa de carne
carne que comeu uma boca expelida de fogo
taciturno
a casa do vertiginoso abismo
a casa deste espaço gravítico
a respiração deste espaço trincado pelos dentes achados ao acaso
a anca canta em cima da tábua de carne
ouvem-se nervos brilhando contra as partes do corpo
da anca
a beleza é o tempo da mão na anca
já foi tempo da beleza na anca da mão
de que serve este fogo taciturno
comendo a boca da tábua
no segredo de aqui estar vertiginoso
no abismal do sacrifício quando espanca o pensamento
sendo uma tábua rugosa de carne
carne que comeu uma boca expelida de fogo
taciturno
a casa do vertiginoso abismo
a casa deste espaço gravítico
a respiração deste espaço trincado pelos dentes achados ao acaso
a anca canta em cima da tábua de carne
ouvem-se nervos brilhando contra as partes do corpo
da anca
a beleza é o tempo da mão na anca
já foi tempo da beleza na anca da mão
de que serve este fogo taciturno
comendo a boca da tábua
no segredo de aqui estar vertiginoso
no abismal do sacrifício quando espanca o pensamento
quinta-feira, 10 de junho de 2010
sr absurdo
que tens entre as mãos,o que levam as tuas mãos agora entre o espaço.a tua própria sombra talvez, ou um acaso.o caos dos outros rasgam amostras de poesia ,os nossos cães (o trocadilho é de propósito) são a poesia numa montra.sabe-te bem falar disso.falar da janela entre anos ,nossa memória,para dentro de uma garrafa de vinho plástico.queria-te agora na pele e por isso criei-te no translucido tabaco amarrotado que acabei de enrolar.queria enrolar-me contigo.falar da temperatura do corpo e da temperatura do cu que sentamos no chão.cruzamos as pernas.sinto-me como te sentasses comigo.
A Mar
A Mar
terça-feira, 8 de junho de 2010
alejandra pizarnik
O OLVIDO
na outra margem da noite
o amor é possível
leva-me
leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia em tua memória
EL OLVIDO // en la otra orilla de la noche / el amor es posible // --llévame-- // llévame entre las dulces sustancias / que mueren cada día en tu memoria
na outra margem da noite
o amor é possível
leva-me
leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia em tua memória
EL OLVIDO // en la otra orilla de la noche / el amor es posible // --llévame-- // llévame entre las dulces sustancias / que mueren cada día en tu memoria
"não sei ana se já te falei da chuva. se já te disse das flores, de ser primavera lá fora. se te contei de quando me cortei no tórax com uma tesoura - queria tirar-me do peito o coração-, de como no lugar da ferida me cresceram algas. tempos houve em que cortava o corpo, procurava em todas as feridas um pedaço de coração a abater. doía-me tão forte dentro, ana, doía-me tão forte e tão fundo dentro da pele. não sei ana se já te falei de amor, de voltar os olhos para o mundo e ver crescer-lhe flores dentro, é destas flores que te devia ter falado. de como estas flores te enchem subitamente de vida. e o amor também dói, sobretudo quando está longe e o corpo o chama para perto e ele não ouve, é que o amor às vezes não tem ouvidos ana. trouxe-te hoje um segredo, quero dizer-to quando o sol chegar mas hoje não há sol. estou terrivelmente só, ana, trago dentro de mim todas as histórias, marcas de facas e tesouras na pele, memórias que arrastam memórias, de sangue, de dor. de ter morrido já. ainda não te contei de como morri, era dezembro, engoli uma caixa de anti-depressivos, lembro-me de ter escrito um pequeno testamento, deixava-te os meus livros ana, a ti que nunca conheci, deixava-te os meus livros. o hospital é um lugar frio quando se acorda da morte. eu tinha frio e não havia nenhum corpo ali ao lado, que me aquecesse, que me abraçasse, nenhum corpo, ana, nenhum. morri e nasci sozinha. e digo-te ana ninguém deve morrer só. não há nada mais triste do que morrer só. não sei hoje ana se já te falei da chuva. "
MARGARETE SILVA
sempre ouvi dizer que o amor tem reticencias lá para o seu meio,talvez na palavra M ou então na palavra Ó,porque de ti tudo vem intenso e se agita no ar,neste ar que se precisa para respirar,outros chamam-lhe oxigénio.também sei que quando assim me falas fazes-o com um buraco no lado esquerdo do peito,com um pássaro que saltou do ninho e voou.
querida,
havemos de ter a felicidade a roer-nos os dedos e libertar sorrisos nos desejos.havemos de erguer a taça da loucura racional das palavras e adulteremos a lua em nosso favor.ninguém tem que morrer só.e no final dos nossos dias de impulsos,extravagancias imaginárias, deitaremos o corpo ao mar para que este leve todas as melancolias e que nos traga de novo o acordar ingénuo das crianças melífluas.
MARGARETE SILVA
sempre ouvi dizer que o amor tem reticencias lá para o seu meio,talvez na palavra M ou então na palavra Ó,porque de ti tudo vem intenso e se agita no ar,neste ar que se precisa para respirar,outros chamam-lhe oxigénio.também sei que quando assim me falas fazes-o com um buraco no lado esquerdo do peito,com um pássaro que saltou do ninho e voou.
querida,
havemos de ter a felicidade a roer-nos os dedos e libertar sorrisos nos desejos.havemos de erguer a taça da loucura racional das palavras e adulteremos a lua em nosso favor.ninguém tem que morrer só.e no final dos nossos dias de impulsos,extravagancias imaginárias, deitaremos o corpo ao mar para que este leve todas as melancolias e que nos traga de novo o acordar ingénuo das crianças melífluas.
"diziam-me de um nome que nascia no interior das veias para fugir à pele. diziam-me que assim se chamava por chorar todas as noites com os pés dentro do abismo. não sei. às vezes via-a do interior da ferida a transformar em sal os glóbulos semimortos. tu nasceste onde o desespero se despe, no lugar de ser preciso o abraço - meter os braços no peito e envolver o coração. muitas vezes tentei alcançar-te, chamar-te pelo nome que me diziam, não ouviste ou não era teu. sempre te quis dizer do medo que ela tinha de fugir, que a dor cabia-lhe no interior do corpo, assentava-lhe bem. talvez depois conseguisses perceber o tempo certo de amá-la, como quem quer do mundo o que de melhor ele tem."
MARGARETE SILVA
nunca quis realmente falar-te sobre o que sou,sobre mim.
sempre esperei que alguém me matasse o coração numa nua concha fechada às intempéries familiares da vida nómada.
sempre pensei desta forma.
caminhar num plano que atravessasse as cidades e depois os campos entre as flores.no final queria chegar até ti.as ruas são a imensidão das bocas que matamos abandonadas.a noite é um espantalho que nunca devemos matar.matamos o amor.escrevo-te pelos os cabelos que ontem cortei.cortei as veias também.é este o desejo que tenho.é de sangue este desejo que tenho.como uma maça comida que desperta a dor.
MARGARETE SILVA
sempre esperei que alguém me matasse o coração numa nua concha fechada às intempéries familiares da vida nómada.
sempre pensei desta forma.
caminhar num plano que atravessasse as cidades e depois os campos entre as flores.no final queria chegar até ti.as ruas são a imensidão das bocas que matamos abandonadas.a noite é um espantalho que nunca devemos matar.matamos o amor.escrevo-te pelos os cabelos que ontem cortei.cortei as veias também.é este o desejo que tenho.é de sangue este desejo que tenho.como uma maça comida que desperta a dor.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
the plan it wasn't much of a plan
I just started walking
I had enough of this old town
had nothing else to do
It was one of those nights
you wonder how nobody died
we started talking
You didn't come here to have fun
you said: "well I just came for you"
But do you still love me?
do you feel the same
Do I have a chance
of doing that old dance
with someone I've been
pushing away
And touch we touched the soul
the very soul, the soul of what we were then
With the old schemes of shattered dreams
lying on the floor
You looked at me
no more than sympathy
my lies you have heard them
My stories you have laughed with
my clothes you have torn
And do you still love me?
do you feel the same
And do I have a chance
of doing that old dance again
Is it too late for some of that romance again
Let's go away, we'll never have the chance again
You lost that feeling
You want it again
More than I'm feeling
you'll never get
You've had a go at
all that you know
You lost that feeling
so come down and show
Don't say goodbye
let accusations fly
like in that movie
You know the one where Martin Sheen
waves his arm to the girl on the street
I once told a friend
that nothing really ends
no one can prove it
So I'm asking you now
could it possibly be
that you still love me?
And do you feel the same
Do I have a chance
of doing that old dance again
Is it too late for some of that romance again
Let's go away, we'll never have the chance again
I take it all from you
I take it all from you
I take it all from you
I take it all from you
I take it all from you
I take it all from you
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