O OLVIDO
na outra margem da noite
o amor é possível
leva-me
leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia em tua memória
EL OLVIDO // en la otra orilla de la noche / el amor es posible // --llévame-- // llévame entre las dulces sustancias / que mueren cada día en tu memoria
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de luís miguel nava:
ResponderEliminarFicávamos no quarto até anoitecer, ao conseguirmos
situar num mesmo poema o coração e a pele quase podíamos
erguer entre eles uma parede e abrir
depois caminho à água.
Quem pelo seu sorriso então se aventurasse achar-se-ia
de súbito em profundas minas, a memória
das suas mais longínquas galerias
extrai aquilo de que é feito o coração.
Ficávamos no quarto, onde por vezes
o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior
paixão que pelo coração se chega à pele.
Não há então entre eles nenhum desnível.