sábado, 12 de junho de 2010

Sinto-o
sendo uma tábua rugosa de carne
carne que comeu uma boca expelida de fogo
taciturno
a casa do vertiginoso abismo
a casa deste espaço gravítico
a respiração deste espaço trincado pelos dentes achados ao acaso
a anca canta em cima da tábua de carne
ouvem-se nervos brilhando contra as partes do corpo
da anca
a beleza é o tempo da mão na anca
já foi tempo da beleza na anca da mão
de que serve este fogo taciturno
comendo a boca da tábua
no segredo de aqui estar vertiginoso
no abismal do sacrifício quando espanca o pensamento

2 comentários:

  1. "a beleza é o tempo da mão na anca
    já foi tempo da beleza na anca da mão"
    Mito bom, cão Poeta :), como sempre nos brindas. Contina ;)

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  2. -havemos de fazer duetos juntos sim,
    é preciso dar tempo ao tempo-
    abraço meu caro.
    abraço.

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