terça-feira, 8 de junho de 2010

alejandra pizarnik

O OLVIDO

na outra margem da noite
o amor é possível

leva-me

leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia em tua memória



EL OLVIDO // en la otra orilla de la noche / el amor es posible // --llévame-- // llévame entre las dulces sustancias / que mueren cada día en tu memoria

1 comentário:

  1. de luís miguel nava:


    Ficávamos no quarto até anoitecer, ao conseguirmos
    situar num mesmo poema o coração e a pele quase podíamos
    erguer entre eles uma parede e abrir
    depois caminho à água.

    Quem pelo seu sorriso então se aventurasse achar-se-ia
    de súbito em profundas minas, a memória
    das suas mais longínquas galerias
    extrai aquilo de que é feito o coração.

    Ficávamos no quarto, onde por vezes
    o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior
    paixão que pelo coração se chega à pele.
    Não há então entre eles nenhum desnível.

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