outras vezes falamos da pedra dentro do corpo
dentro do nome do silêncio ferido
e entre três cadeiras descansamos as mãos e a pele
imagino
quantas vezes descansamos os dedos habitados pelo frio
e quantos dedos teremos que levar à boca
para sossegar uma fome que à muito partiu
domingo, 29 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
o absorto dos dias
estes dias passaram
já nao existem no pensamento
na mao que segura o corpo
no corpo que segura o osso
e no osso o coraçao
na penumbra noite de um beijo
um beijo caiu no chao
estes dias
estes dias passaram
deles o sal que o vento conduziu
deles as paisagens foram
absortos
e a morte e a fome crepuscular
que segura
deste abismo a passagem
dor
estes dias passaram
e com eles correm os olhos amargos
e a boca fechada
e as volupias de outrora
estes dias que passaram.
já nao existem no pensamento
na mao que segura o corpo
no corpo que segura o osso
e no osso o coraçao
na penumbra noite de um beijo
um beijo caiu no chao
estes dias
estes dias passaram
deles o sal que o vento conduziu
deles as paisagens foram
absortos
e a morte e a fome crepuscular
que segura
deste abismo a passagem
dor
estes dias passaram
e com eles correm os olhos amargos
e a boca fechada
e as volupias de outrora
estes dias que passaram.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
tem vezes que gostava de dividir a morte contigo ou então trocar o prometido pelo fogo devido,é que do coração do pássaro invade uma superflua vontade de voar e para isso preciso das tuas asas.tem vezes que é assim,esquecemo-nos dos nomes tão facilmente como nos esquecemos da voluptuosidade que vida tem em te conhecer.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
escreves sentimentos de outras estrelas,as que explodem febre das feridas cantadas na fonte.porque todos os sentimentos aqui se movimentam e teimam em deixar-me,para partirem contigo.noutros ventos talvez, o pano levantará alegria e o sorriso desprender-te-á a ferida cansada de tanto chorar,disseste.
acende-se agora boca,e estes passos, que longe se entregavam à tua Europa.porque de dentro ,deambulam infortúnios e ausência de outros plânctons,outros que alimentavam as chuvas, de outras estações.desabito assim este corpo e mergulho o cobre que viveu nas minhas mãos. em convulsão,anuncio a todos os músculos que és presente nesta aorta.
domingo, 22 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
de todas as coisas raras
o sol perdoa a loucura dos homens e
o silencio sacia a rua das horas.
próprio do mendigo recebendo esmolas
as bestas de ouro vivem em gaiolas.
os ossos do cao comem maças amargas e
a virtualidade do sono é a sua premissa.
quem encanta a insónia à sua alma escreve,
se a beleza de quem cora, no prato cospe.
a felicidade é um gelo que da língua queima quando
uma ruga é agora um poço onde te afogas.
a agua evaporou quando a sede pensou,
de olhos fechados a ferida cantou e
de cabelos brancos o sábio morreu.
se a morte é cobarde,
quem a alcança à morte vence porque
da agilidade do caracol se fez o trepador.
a verdade é um ninho onde teus dedos adormecem e
o futuro é uma corda delicada e doce.
quando à falta de mel no teu corpo liquido
pastam ovelhas de musgo na seiva do rio.
se o castigo por inocência semente for
o que é da terra volta à terra
e da terra há-de nascer.
o silencio sacia a rua das horas.
próprio do mendigo recebendo esmolas
as bestas de ouro vivem em gaiolas.
os ossos do cao comem maças amargas e
a virtualidade do sono é a sua premissa.
quem encanta a insónia à sua alma escreve,
se a beleza de quem cora, no prato cospe.
a felicidade é um gelo que da língua queima quando
uma ruga é agora um poço onde te afogas.
a agua evaporou quando a sede pensou,
de olhos fechados a ferida cantou e
de cabelos brancos o sábio morreu.
se a morte é cobarde,
quem a alcança à morte vence porque
da agilidade do caracol se fez o trepador.
a verdade é um ninho onde teus dedos adormecem e
o futuro é uma corda delicada e doce.
quando à falta de mel no teu corpo liquido
pastam ovelhas de musgo na seiva do rio.
se o castigo por inocência semente for
o que é da terra volta à terra
e da terra há-de nascer.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
coisas da memória sensivel ( a discussao)
porque antes do o sermos,somos.seria mais fácil ouvir todos sobreviventes,os estrangeiros e as suas habilidades acusados de incompetentes.pois nem eles seriam sentimentos,seriam espectros cansados perante o derrube oligárquico.de um e apenas um amor apela-se um carinho convexo.ou que o faça várias vezes.porque a fecundidade também se afirma sobre as pedras.
dificilmente se acusa a si próprio, o amor.porque age para alem do explicável.e a sua ciência,se assim o considero, é frenética,intensa.
o amor é pragmático.é assim conserva sua transparência e virtude.e um conjunto de suposições afirma-se impossível à sua virtude.provavelmente os mais didácticos com as suas honorárias obrigações esqueceram-se que nem com aquisições ou politicas desgostosas da carne se viveu a democracia e a sua reforma.porque o amor também surge como politico.
reconheço, que através dos discursos narrados anteriormente as palavras sobrara-me e me elucidaram,conduzindo-me sempre, para o sentido epicurista.
todo o homem celebre,pleno das suas faculdades,está condenado a o provar...certamente,nestas circunstancias o papel mais importante será o reconhecimento da ordem e da sua origem déspota.
é claro que ,fabricar novos filósofos para discutir o amor,estaremos nós usando com consistência e brilho, instrumentos de confiança em nosso beneficio aristocrático.de uma palpitação,fazemos parte.insatisfeitos, muitas vezes pela repreensão obediencial e pelos seus actos.contudo,dominar a verdade é garantir que nenhum prazer sensível cairá no domino do desagradável.necessariamente,sobre esta minha reflexão,qualquer semelhança sobre a realidade e o que sentimos se unifica o sensível e o existencial.
todo o homem comum é o principio e o fim de um amor ancestral.
e todo homem comum usa instrumentos para completar suas funções.um estatuto do homem comum é amar.amar como vitalidade e complemento.se a justificação de amar é reconhecido no âmbito social,outro modelo mais radical expõe o sexo como repugnação.seguramente,estamos nós à procura da felicidade.amor ou sexo.uma evidencia para alem de escrever o mito.
"somos escançoes diante de duas fontes; a do prazer... e a da sabedoria".
ainda não sei se existe filosofia lógica para este novo saber,se a harmonia é infinita ou se é preciso apagar este amor para que outro se proporcione.
e se alguma vez me esqueci,lembra-te que é para ti que eu escrevo.
dificilmente se acusa a si próprio, o amor.porque age para alem do explicável.e a sua ciência,se assim o considero, é frenética,intensa.
o amor é pragmático.é assim conserva sua transparência e virtude.e um conjunto de suposições afirma-se impossível à sua virtude.provavelmente os mais didácticos com as suas honorárias obrigações esqueceram-se que nem com aquisições ou politicas desgostosas da carne se viveu a democracia e a sua reforma.porque o amor também surge como politico.
reconheço, que através dos discursos narrados anteriormente as palavras sobrara-me e me elucidaram,conduzindo-me sempre, para o sentido epicurista.
todo o homem celebre,pleno das suas faculdades,está condenado a o provar...certamente,nestas circunstancias o papel mais importante será o reconhecimento da ordem e da sua origem déspota.
é claro que ,fabricar novos filósofos para discutir o amor,estaremos nós usando com consistência e brilho, instrumentos de confiança em nosso beneficio aristocrático.de uma palpitação,fazemos parte.insatisfeitos, muitas vezes pela repreensão obediencial e pelos seus actos.contudo,dominar a verdade é garantir que nenhum prazer sensível cairá no domino do desagradável.necessariamente,sobre esta minha reflexão,qualquer semelhança sobre a realidade e o que sentimos se unifica o sensível e o existencial.
todo o homem comum é o principio e o fim de um amor ancestral.
e todo homem comum usa instrumentos para completar suas funções.um estatuto do homem comum é amar.amar como vitalidade e complemento.se a justificação de amar é reconhecido no âmbito social,outro modelo mais radical expõe o sexo como repugnação.seguramente,estamos nós à procura da felicidade.amor ou sexo.uma evidencia para alem de escrever o mito.
"somos escançoes diante de duas fontes; a do prazer... e a da sabedoria".
ainda não sei se existe filosofia lógica para este novo saber,se a harmonia é infinita ou se é preciso apagar este amor para que outro se proporcione.
e se alguma vez me esqueci,lembra-te que é para ti que eu escrevo.
domingo, 15 de novembro de 2009
coisas da memória sensível ( o rapto)
outros tempos de tranquilidade tive.outros tempos o amor pulou para dentro do meu peito.quase me ia sufocando.ninguém,mesmo ninguém o deseja receber assim.porque magoa o convencimento interior,de que nada nos surpreende.próprio dos amantes; somos iludidos por quem nos leva,neste caso,por quem nos trás a felicidade.é um beijo que desejamos,que nos prenda para alem do tempo.que perdure para sempre.e sendo mais que um desejo,é o amor.é uma lua cheia que transparece cá dentro.e a espera é a sua confidente.um segredo,por uma fracção de segundo.a sua presença voa sobre as pétalas reluzentes.tudo num todo brilha.e nós homens agradecemos a sua mão amigável.nunca uma manhã se tornou tão suave.tão radiosa.é mais do que carne,o amor.é a sua fragilidade que nos permite agarra-lo com mais força.talvez seja para justificar a sua benevolência.tudo isto penso ,enquanto desço as escadas.atrás de mim deixo o quarto.enquanto ela dorme.uma sensação de fraqueza adorna o coração,como que o penetrasse.e a sua boca desprende-se,o aroma da terra suave.o jardim.pena eu sentir tudo isto tão tarde.já a esquina da rua separava-me e distanciava-me.do que deixei para trás.ao menos pudesse voltar atrás.voltar a beijar os seus lábios.dar-lhe-ia tempo.agora,irei dormir um sono.irei dormir o amor.lágrimas de desespero ardem-me por dentro do peito ferido.corro agora,como um tresloucado.entro no café e peço um brandy e depois outro.que conforto sentir o álcool invadir as veias.assim,adormeço o amor.e o que ficou para trás.a imagem da mulher fina alimenta a memória sensível.de resto,costumo terminar da mesma forma.percorrer a artéria principal da cidade adormecida com esta ferida aberta no peito.sei que o desejo desperta o amor.é perturbante esta sensação de que o estou a raptar.talvez seja esta a forma de mostrar quanto a amo.talvez seja esta a forma de mostrar quanto se ama.este egoísmo,talvez.canta de dor uma rapariga demasiada real em meu pensamento.uma névoa aperta-me o olhar.seria agradável beijar-te agora de felicidade,amor.e os meus olhos choram agora,provavelmente.não há duvida que é com o amor que provo a minha existencia.e se alguma dúvida houve,dissipou-se.
sábado, 14 de novembro de 2009
coisas da memória sensível ( au revoir)
nunca lhe perguntei; porque sorria sempre quando a queria beijar.também nunca entendi a transcendência do seu sorriso de brancura imaculada.beijava-a apenas.também nunca lhe fiz qualquer tipo de exigência.ela,era a minha troca.que amante repete baixinho; o amor quando um mundo em turbilhão hesita dentro.não a queria ver enclausurada,numa jaula.o nosso quarto.esforcei-me várias vezes.contudo,de forma híbrida arrasta-me a saudade.como a amo.uma outra rapariga atenta o meu peito.mas são os olhos dela que eu vejo.uma perversa tristeza percorre o meu rosto enquanto atravesso a rua.do outro lado as luzes da cidade adormecida avançam sobre mim.caio.estou bêbado e sinto alivio.tarde demais por ama-la tanto.e as lágrimas saltam,tocam o rosto num fio.no chão a minha boca.
-oh pobre rapaz,qual a razão da tua ausência.
e leva a minha mão ao encontro do seu seio.folhas lilases húmidas,cheira-me.não tardará que eu acorde desta envolvência.qual o verdadeiro amor.o que merece admiração ou será o primeiro.
-oh pobre rapaz,qual a razão da tua ausência.
e leva a minha mão ao encontro do seu seio.folhas lilases húmidas,cheira-me.não tardará que eu acorde desta envolvência.qual o verdadeiro amor.o que merece admiração ou será o primeiro.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
coisas da memória sensível ( a fuga)
beijo-lhe as mãos e peço-lhe que me siga no murmúrio do mar dentro e no vento do corpo de um ainda.é deste conhecimento que habita a memória sensível de uma outra vez.é assim que resiste ao tempo,este monstro.ao crepúsculo,mergulha em nevoeiro liquido.digo liquido, porque encharcou o rosto,este rosto que eu toco e beijo com as minhas mãos de sal.encontro-lhe,quando o beijo,as cidades que partiram para outro existencial.decerto, também o seu corpo partia.porque transparece luz a sua forma.respira a maresia.nunca soube quanto a amei.também nunca lho disse.dentro, trago-lhe este amor.o que consome por dentro e alimenta a carne.e o meu instinto levou-me a senti-lo lento.é assim que devemos aguentar,o amor.que se esquiva sempre que o sol rompe a janela e atiça as pálpebras.preparo a fuga,tal como as cidades que se mudaram ,para outra casa.assim não mancho a noite ou o que dela resta.bem lá no fundo,poderia olhar novamente para aquele corpo, que deitado dorme.o amor.mas não tenho a coragem.sou tal como as cidades que à noite se cobrem com luzes artificiais e que de dia aguardam que as pessoas lhe sujam os pés.reflectido,liberto um sorriso. e deixo-a dormir.não quero a sua súplica nem a minha cobardia.poderia quebrar e talvez nunca mais alimentaria este monstro,este amor que vive por dentro.porque sou como todos os românticos que vivem as horas nos balcões dos cafés cinzentos.que afogam amor pela fragilidade que lhes come o coração.e cantam canções, do homem-dúvida e os seus sentimentos. é este o ardor agitado que se sente quando se fala de amor.todo o homem que ama é tolo.por isso fujo.fujo com a certeza de mágoa e de mal-estar mas só assim conservo este sentir amor.se não o fizesse agora outro tomaria o lugar deste e um outro ainda o lugar do outro que se apoderou do primeiro.sim! porque a amo.e porque não acredito no amor para sempre.porque acredito no amor para sempre, incontável.deixo-a assim.e procuro outra casa.outro café onde posso beber as suas memórias.faço-o, porque sempre alimentarei este desejo,este sentimento.é sempre de manhã que a ela sou subordinado.poderia mata-la mas também eu morreria.melhor será partir.
domingo, 8 de novembro de 2009
"Viveram em ti os meus olhos e o meu braço cingido e a minha consciência incerta"
de um outro tempo adocicado penetram súplicas de quem move o sentimento.de uma luz densa, que desperta o pensamento, alimentas tu os sonhos.e voas longe.não podemos fingir a felicidade que nos rasga as vísceras e o coração nu.assim,ficamos nós a devorar o lume que não nos pertence, a conduzir a carne nocturna.
de um outro tempo adocicado penetram súplicas de quem move o sentimento.de uma luz densa, que desperta o pensamento, alimentas tu os sonhos.e voas longe.não podemos fingir a felicidade que nos rasga as vísceras e o coração nu.assim,ficamos nós a devorar o lume que não nos pertence, a conduzir a carne nocturna.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
insónias
dormes,envolta na pele suave das minhas mãos.o teu corpo macio,quente e suado descansa.antes, pedias que te chamasse de puta.pedias que te comesse bem funda.agora, dormes.dormes colada a este corpo desgastado.a este corpo que há muito já foi.almofada serve agora.usado.ausente.noutra paragem espera a rosa nómada.o coração que sobrevive à memória.apenas memória é este corpo.mergulhado na lã da lâmina dentro das veias.era capaz de ser outro.um outro corpo vazio.mendigo.absorto.tal como o cigarro que queima a ponta dos dedos.e que se demora na boca.para adiar o tempo,neste quarto.o tempo enquanto dormes.enquanto estou contigo,ausente.ficas bem;linda ao meu lado,penso.e respiro os teus cabelos,cheiras a amendoa.outro país,viaja este pensamento.respira dos mortos.saliva outros poros.dá-me nauseas.dá-me nauseas a noite próxima e a outra depois desta.pergunto se ainda gosto de ti.nunca saberei o que alimenta esta insónia.porque sempre me tiveste tão próximo,porque sempre me amaste em;fogo.uma arritmia cardíaca agora.levo a mão ao sexo quente. e masturbo-me.preciso de um pouco de morte.e tu dormes.levanto-me e taciturno as paredes deste espaço.tomo um café.por detrás das cortinas, a janela. lá fora a cidade dorme.as ruas vazias absorvem apenas os caes;resolutos aos caixotes do lixo.estão com fome.mais um cigarro.observo-te.não há maldição para quem tem insónias apenas desprezo pelos que dormem.
impressao claustrofóbica
..campos de fenos e as ruas vazias atentam a memória pesada do carregado e da pedra ílhava.espreitam ao céu uma convulsao, demora e humana.encontraste o quarto e nele estás encerrada.mordes a lingua e por isso o bébé chora.cora criança e chora que receberás desta boca um gesto eterno, terno.porque falas tambem do jardim ,sabes que sao flores artificiais que lá vivem.e o eflúvio social dá-te nauseas.tenho o presentimento que enganas a felicidade quando passo a mao pelos teus cabelos.sao leves as minhas maos ,os pensamentos ,esses sim, estao demasiado pesados.tal como o corpo que por aqui anda.enganadíssimo.é verdade -limparam-te as gotas de àgua, a face.por onde anda agora o tempo ,no fundo da ferida que arde e se esconde.é noite, uma nesga mental assobia os carris do metro.levanta-te e caminha. -e por hoje és tua.minha és, impressao claustrofóbica.
dá-me a tua pele
e os cheiros que dela emana,
exuberante.
a minha língua
lambe-te,
lambe-te toda!
dou-te o movimento
dás-te ao movimento
és livre
e eu mordo-te
e tu mordes-te toda.
nao páres
-dizes tu,
afoga-me
-digo-te eu
ainda mais
carne nervosa
e os dedos na tua boca
gosto de te foder,
foder-te! de verdade.
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