segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Diário de Maria Cura

cheguei ao interesse deste livro através de duas pessoas, FreitasAntero e Moreno.
(um abraço aos dois.)
falo de um policial,digno de autores,tais como os que escreveram "crónica de uma morte anunciada" (Marques)) ou mesmo "o terceiro homem"(G.Greene) .
apercebemos-nos do género desde a pág 6 e que nos é dissipada todas as perguntas que colocamos ao longo do enredo apenas, na página 109.e quando tudo está resolvido (pensamos nós) uma outra surpresa é-nos lançada pela janela do epílogo.destaco a idade de Maria Cura, tem a minha idade.
e a curiosidade sexual, não creio que seja uma cena que por aqui li,como uma coisa pornográfica ou erótica...parece-me mais que o Torres se preocupou com a normalidade que nós (homens e mulheres) fazíamos na altura da escola.nem mais exagerado nem menos belo.(cap2.pag.12) no cap 3 ,a descrição de uma jovem adolescente com todas as vicissitudes como o autor diz a certo momento "Maria ardia" pag 15.e a sua viagem à descoberta do sexo,não quimérico mas pratico.
no capitulo 4 pode se afirmar que Maria é uma mulher feita procurando aventuras e a sua perversidade e gozo das mesmas.
no cap.6 a Internet e o diário e a interligação a um real virtual,passo a explicar ..em luso-poemas encontra-mos de facto o diário de Maria Cura..o que enaltece sem dúvida esta ideia mágica da construção das personagem...o escritor neste caso foi extremamente feliz ..e o resultado é todo este capitulo. nós,como usuário do luso-poemas entenderemos melhor.fomos privilegiados neste policial,como que o autor deste livro nos quisesse agradecer.
o que mais gostei neste livro foi o cap.7,não porque nutro de um interesse próprio por coisas mais melancólicas mas sim pela capacidade e carga dramática do escritor ao longo da pág 45

" não olhou para atrás à saída,se o tivesse feito teria visto o seu próprio corpo dobrado sobre a sepultura,chorando." (cap.7 pág.45).
no capitulo 10 assistimos a uma cena extremamente bizarra,o sofrimento e loucura de uma mãe,
-até onde nos leva afectividade e a perda de alguém que nos é querido?

capitulo 11 uma primeira suspeita.
no capitulo 12 uma outra revelação surge,constrangedora,de facto,algo digno de um Eça de Queirós pelo enredo e situação.cap.13 o escritor promove o nome de "Maria cura" subtilmente...com a gata..quando esta se chama Maria e no final do capitulo,completando-a através da frase "fosse isso razão e cura".
cap.14 o reencontro com o seu primeiro amor e,uma tragédia acontece,a viuvez.
"foram sonhos a cores,com cheiro a liberdade"
cap15 afinidade entre dois bons amigos..tal como deveria acontecer na realidade.
(pag.88)que de resto, continua no capitulo 16 ..a relação entre pai e filho com o estádio axa no papel de fundo.muito bem conseguido estes dois capítulos.até ao capitulo 19 o confronto de gerações..de 3 gerações concretamente.no capitulo 19 a preciosa ajuda de uma personagem..curiosamente tem o nome de uma personagem de Eça de Queirós..digamos que José Torres presta homenagem a um imprescindível escritor da língua portuguesa.também ele o é ...com este policial o confirma.

a ti Torres um Grande Abraço.

Caopoeta.

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