no meu interior sei que é mentira.a mentira do homem comum.o homem mortal.o homem feito de carne.o homem feito da pedra.do osso.depois da cinza.esse também.e o monstro.irei procriar o monstro.a constituição do homem comum.e faze-lo suar.para depois me desprender do seu choro.vou-me também,despedir das sombras.da embriaguez das mesmas.dos seus aromas e cheiros.desses outros seres.compreendo o que esta para alem da minha vontade.recordar o porque recordo.deixarei o lacrimal para um depois.e a neve dentro do meu corpo.e a neve dentro do meu corpo.só caindo inanimado consigo o retorno.todas as viagens e todas a virgens.as sombras.a sepultura e o jardim.não desejo de alguma forma este talento.a capacidade de voar entre e dentro das sombras.a construção de outros cenários e a desconstrução do espaço e do tempo.minha inquietude é este lugar.agitado.lugar onde me alimento das sombras.porque as sombras sao o vazio.vazio de um nada que arde.porque o vazio sugere o amanha.porque é da ausência que falo.tenho nauseas quando me alimento das sombras constituidas pelo arquitecto.ele também é pedra.a solidificação da agua.este corpo.esta sede do ainda.aglutinaram as carnes e sao ausências.meu espaço vazio.meu espaço comido pelo tempo.meu tempo comido pela ausência.não há mais nada neste quarto que arde.arde sozinho e com ele as sombras.os outros personagens de linho.assim, me despeço do morto.dos que ardem.dos ausentes.descalço-me desta capacidade de progredir no tempo.não há tempo no espaço ausente.não há espaço para o tempo. a pedra arde.o arquitecto sugado pelo fogo.
uma porta existe agora.uma porta inventada do nada.da ausência.uma porta fechada mas não trancada.um espelho em frente da mesma.meu rosto.meu corpo aconchegado em si mesmo.espelho.e pensamento.é preciso viver para alem das coisas boas.é preciso vingar as coisas más e toma-las como boas.
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