sempre te amei
outras vezes neste silêncio
no tempo em que não existem dúvidas
de manhã
no acordar para o dia
de manhã
no encosto do corpo
da boca
e da boca da pele
lá fora
o vento fustiga as arvores
os ramos e as folhas
lá fora
com a chuva as flores
fingem-se afogadas
dentro
toca-nos a imensidão das coisas
os sentimentos
dentro
fazemos amor
dentro
desprendemos os dedos
as mãos os braços o corpo
como uma canção
devagar
e partimos
para outras ilhas
sempre
em silêncio
sempre
no ritmo do sangue
sempre
na palpitação da pedra.
outras sombras
habitam
nossos pensamentos nus
outras melancolias
em nossos olhos negros
talvez
seja este o preço
por amar tanto.
novamente em silêncio
e ouvimos
o vento e a chuva
as arvores e as flores,
dizem
que
à noite também se ama
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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