quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

sempre te amei

outras vezes neste silêncio
no tempo em que não existem dúvidas

de manhã
no acordar para o dia
de manhã
no encosto do corpo

da boca
e da boca da pele

lá fora
o vento fustiga as arvores
os ramos e as folhas

lá fora
com a chuva as flores
fingem-se afogadas


dentro
toca-nos a imensidão das coisas
os sentimentos


dentro
fazemos amor


dentro
desprendemos os dedos
as mãos os braços o corpo


como uma canção
devagar


e partimos
para outras ilhas


sempre
em silêncio


sempre
no ritmo do sangue

sempre
na palpitação da pedra.


outras sombras
habitam
nossos pensamentos nus


outras melancolias
em nossos olhos negros


talvez
seja este o preço
por amar tanto.


novamente em silêncio


e ouvimos
o vento e a chuva
as arvores e as flores,

dizem


que
à noite também se ama

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