sexta-feira, 18 de setembro de 2009

como chegar esta pedra

repousa no seu encalço
uma cera de sombra viva.
lamina poética
contando os passos.
se de guerra sao
estas palavras metalicas
outras ainda
no inteligivel ficaram.
de tao pouco
serve a mao que abraça
a semente
a que depois de esculpir
o medo
circunscrita na memória
sensivel.
é de fogo-gelo
o amor
o qual ferimos os nossos verbos
-nossos movimentos
e dos dentes do magma
renasce esta pedra.
outrora
uma lingua de cinza
bebia o vazio
cantado na fonte
e alimentava-se do silencio
o que mordia o ferro.
e do nada
um corpo,um vulto
respirava agitado.
outrora
flutuava a voluptuosidade
dos sonhos
a lingua (por quem)
saboreava
as flores humidas do desejo carnal.
outrora.

(de que falamos agora senao da morte)

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