sexta-feira, 18 de setembro de 2009

no ocular cego

pari da janela
pedaços de vidro ao
suor do rosto
deleito-me nas
rodas de ferro
o Corvo
debica
ao corpo
o tempo
lento no
parir da janela
fragmentos
de vidro,
subiram ao céu
rodopiando no sentido
contrario, nus
aos ponteiros do relógio
pari da janela
estrelaçadas
asas de pássaros quebradas
podridão e fedor...
pari da janela
máquinas fotográficas,
filmes e negação
da aurora
ou ondas de um sonho
ao parir da janela
a
angústia...lá
como o resquicio vermelho
pari
um sorriso ou
escarro podre
de pernas abertas
no ocular cego...cego!
o aborto
escorregou ao parir!

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